Numa tarde de 1935, Lúcio Rangel levou Rubem Braga ao morro da Mangueira. Foram visitar Cartola. Lá pelas tantas, Cartola começou a cantar um samba. “Semente de amor sei que sou desde nascença/Mas sem ter brilho e fulgor eis a minha sentença”. A música chamou a atenção do cronista com alma de poeta, a ponto de Rubem afirmar que a letra era digna de um Shakespeare. Trinta anos depois, num encontro com Cartola, o cronista pediu que o compositor cantasse o samba. “Me esqueci!”, respondeu. Rubem ficou muito decepcionado. “Pois outro dia, lendo um artigo de Hermínio Bello de Carvalho, que sabe das coisas, fiquei sabendo que a letra é de um tal Carlos Cachaça, parceiro de Cartola”, revelou o sabiá da crônica, com exclusividade para O Pasquim. Fonte: O Pasquim