“Perder a gente não perde. Com o Mauro e o Gottardo lá atrás, a gente fica seguro. É só esperar uma chance”. A cada fim de treino em Marechal Hermes, eu ouvia essa mesma frase de Paulinho Criciúma. Era quase um mantra. Ou seria mais uma superstição? “Malandro, é muito difícil, é uma foda ganhar da gente”, me dizia Gil, o braço direito do técnico Valdir Espinosa. Lá se vão 35 anos e vivemos outros tempos. Não há mais um comprometimento dos jogadores com os clubes. Eles são uma espécie de inquilino, que aluga a casa para uma temporada. No verão, prefere a praia, No inverno, a serra. Não há mais aquele carinho pela casa própria. Naquele 1989, dirigentes – leia-se Emil! Emil! Emil! Somente Emil! –; técnico, auxiliar-técnico; jogadores; preparadores físicos; preparador de goleiros; massagistas; motoristas; seguranças; assessores, todos construíram, todos os dias, tijolo a tijolo, aquela que seria a nossa ‘Sagrada Família’ de Gaudi; a nossa Pietá de Mic...