Parecia Natal. O ambiente – igrejas seculares, procissões cantadas, mulheres de véus com terços nas mãos – tudo remetia aos céus. Mas não era Natal. Naqueles dias de Páscoa, apenas uma imagem fazia lembrar o nascimento de Jesus. A imagem do senhor de camisa vermelha, baixo, gordinho, cavanhaque branco, meio encurvado, poderia confundir uma criança, que facilmente abriria um sorriso para aquele papai Noel dos trópicos. Num jardim bem cuidado na Colônia, em São João Del Rey, podíamos observar um mineiro típico, embora aquele que seria um grande amigo – vim a saber depois – não tivesse nada de mineiro. Um copo de cerveja e outro de cachaça, cuidadosamente deixado ao alcance da mão, e a prosa corria frouxa. Ali, naquela tarde, o pequenino Antônio recém-batizado, teve que dividir as atenções, Seu avô foi também o astro. Dos barcos do Clube do Remo às aventuras de um posto de gasolina, aquele gordinho careca tinha muito o que co...