Ainda há algumas graças em Santa Teresa. Quem mora lá no morro, além de estar pertinho do céu, como diria Herivelto Martins, encontra vizinhos conhecidos com muita frequência. Quando com sorte, vizinhos muito queridos. Pois foi meu caso nesta manhã. Mal embarco na linha 007 (Silvestre-Central) e me deparo com o gigantesco, o monumental, o inigualável Mello Menezes. Depois dos efusivos cumprimentos, me pergunta, já adiantando que a piada é velha e batida; “Vais fazer exame de fezes?”, pergunta, admirado por nunca ter me visto de terno e gravata. Explico meu novo trabalho. Ele, que acompanhou de perto a história de meu desemprego, fica feliz.
Mello, aos 86 anos, impressiona pela vitalidade. Com obras em casa, tratou de pegar um ônibus, sozinho, para comprar tinta no centro da cidade. De tinta, ele entende. Que o digam João Bosco, Hermínio Bello de Carvalho, Guinga, Claudio Jorge, que tiveram em seus discos a arte de Mello Menezes.
“Lembranças ao ministro, Paulo!”, se despede o mestre. “Desembargador, Mello, desembargador!”, respondo, entre risos e sorrisos.
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