1956. Sentados à mesa da Casa Vilariño, no centro do Rio de Janeiro, Lúcio Rangel e Vinicius de Moraes esperavam o trânsito melhorar. Assim poderiam voltar para a Zona Sul com tranquilidade. Regada a uísque, a conversa era séria. A poucos meses da montagem de “Orfeu da Conceição”, peça baseada no drama da mitologia grega Orfeu e Eurídice, Vinicius estava preocupado. Acabara de saber que Vadico, parceiro de Noel Rosa, por motivos de saúde, não poderia musicar seus versos. Boêmio como o amigo, Lúcio frequentava a noite, Conhecia quem era quem nos palcos das boates e restaurantes da cidade. Tom Jobim já chamara sua atenção. Não pensou duas vezes, Tratou de sugerir o nome do jovem pianista ao poeta. Reza a lenda que Tom, ao ser apresentado a Vinicius, perguntou se por acaso não rolaria um dinheirinho. A atitude teria deixado Lúcio um tanto constrangido.
Nascia assim, uma dupla que faria história da nossa música. Graças a Lúcio Rangel.
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